sexta-feira, 4 de abril de 2014

1º de Abril

De repente descobri que acreditei em coisas erradas por um período muito longo.
Acreditei que a beleza interior era mais forte que a exterior: MENTIRA. Sem a beleza exterior, a interior chega a passar despercebida.
Acreditei que o amor só traz benefícios: MENTIRA. O amor suga primeiro o corpo, depois a mente e lentamente o espírito.
Acreditei que o trabalho enobrece o ser: MENTIRA. O trabalho destrói a força, mina a alegria e desvirtua os objetivos mais sinceros.
Acreditei que nada dura para sempre: MENTIRA. Principalmente a dor, entre outros males, jamais acabam.
Acreditei que fazer o bem me traria o bem: MENTIRA. Fazer o bem só me trouxe o mal, sendo, na melhor das hipóteses, taxada de bobinha.
Acreditei que a decência era algo visível: MENTIRA. Existe muito mais a se cobrir no invisível.
Acreditei que a lucidez era um estado sólido, firme e seguro: MENTIRA. A lucidez é a forma mais estúpida e cruel de loucura.
Acreditei que esforço traz reconhecimento: MENTIRA. Só é reconhecido o que é socialmente controverso e irreal. Mais nada.
Acreditei que a ética é requisito básico para um líder: MENTIRA. A liderança humana implica apenas em interesses egoístas.
Acreditei que o autoconhecimento traz convicção e esta, gera autocontrole: MENTIRA. Quanto mais autoconhecimento, mais autodesafios. Quanto mais autodesafios, mais derrotas.
Acreditei que a solidão é um estado de espírito: MENTIRA. Principalmente para mim, é condição permanente.
Acreditei que um alicerce profundo e firme torna um edifício inabalável: MENTIRA. Nada é inabalável, inclusive o próprio alicerce.

E por fim acreditei que minha autoimagem é mais importante que a opinião alheia: MENTIRA. A sociedade é implacável e maquiavelicamente destruidora de autoconceitos.
Powered By Blogger