terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Totalmente vazios

A capacidade humana de amar qualquer tipo de poder, ainda que este poder (e não raro,
principalmente por isso) seja manipular emoções, muito me entristece. Vejo que toda a forma de tentativas e investidas para direcionar a emoção alheia, ainda que despretensiosa, é manipulação. Se seu bebê machuca um dedinho, antes que ele chore você o induz a isso:"_Tadinho do bebê, fez dodói". depois o induz a sentir-se ridículo por sofrer por 'tão pouco':"Ah, não chora, não foi nada".
Em síntese, o ser humano é desprezivelmente minimista com as emoções alheias. Vitórias são comemoradas por máscaras, tristezas consoladas por controle remoto; minha dor sempre é maior que a do outro.
Enquanto se incomodar com o cisco no olho do irmão e engolir bois forem especialidades dos ditos "donos da razão", sempre haverá traves cravadas em seu próprios olhos e asfixia por se engasgarem com mosquitos.
Olha e vigia!
Se a dor ou a vitória alheias fazem cócegas no seu ego e te faz tripudiar em 'sábios conselhos' sobre aquilo que geralmente desconhece, talvez você também precise de ajuda. Sim, essa mesma ajuda que o espírito abatido busca quando se curva para te dar a oportunidade de auxilia-lo, é para que você cresça, na verdade.
Pobres seres, dignos de piedade, tão cheios de si mesmos que são totalmente vazios.
 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
Romanos 12:15
Fica a dica...

Em queda.....

Aos olhos ávidos da sociedade de rapina
Sigo caindo neste, que pode ser meu ultimo tombo
Aguardando ansiosa pelo fim do abismo
Para onde fui covardemente lançada
Confesso que estava muito próxima da beira
Ensaiando um voo que jamais aconteceria
Reconheço que meus sentidos (os seis) me alertaram sobre a possibilidade de queda
Mas pensei em vertigem ou escorregão
Talvez até desfalecimento por se esgotarem as forças
Contudo não me preparei para ser empurrada
E cá estou a cair
Descobri que até para esperar o chão preciso de paz


Quando chegar o fim do abismo, aviso.
E poderão soltar os corvos e abutres
É provável que eu morra e apodreça até que cheguem os carniceiros
Ou talvez sobreviva para espanta-los com minha vida ainda pulsante e sangue quente correndo
Não sei o que esperar
então apenas me deixem cair em paz.
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