domingo, 15 de maio de 2022

Menos mal

 De frente para a caricatura de parte de mim, firmo o presente compromisso de desatar o laço da máscara que insisto em usar e que justifica o sorriso insolente e dissimulado, aprovado socialmente ao tapar a parte obscura que me envergonha . Mundo indiferente é mundo veloz, racional. Diferente do meio eu instalado romanticamente por uma flecha de cupido. Ser é infinitamente mais trabalhoso do que parecer e ainda assim é dispendioso. Ao fincar os pés no vácuo onde minha dor existe e é a base que me sustenta, sinto a iminente necessidade de me permitir o sofrer sem vitimismo, a dor silenciosa, o chorar sem apelo. Sofrer não é romântico nem deve promover excessos. E todos têm seus males, o que não faz distinção classial, racial ou qualquer al... Abaixo a idéia de super heróis que se fortalecem na dor. Isso não é resiliência, é estupidez. A dor real, se não mata, deixa sequelas. Não existe beleza em resistir bravamente ao sofrimento. É apenas sobrevivência. Bonito mesmo é o movimento de evitar, contornar, se esquivar da dor. Quanto menos mal, melhor.



Nenhum comentário:

Powered By Blogger