domingo, 29 de janeiro de 2023

Título: Sem título...

Às vezes fico meditando sobre o ser humano e suas capacidades de auto-destruição. Eventualmente você já conheceu alguém que a princípio não lhe despertou nada além de desprezo. Ao longo do tempo acabou interagindo de alguma forma e/ou convivendo com esse alguém que te fez repensar e passar a admirar suas características, personalidade, comportamentos, etcetera; inclusive você um dia chegou a se punir mentalmente por não ter virado fã incondicional ao primeiro contato, tamanha admiração que se formou então. Mas, o tempo não pára, e as emoções e sentimentos vão se aprofundando, os laços se estreitando, chegam as espectativas e com elas as frustrações e decepções. E aquele ser que do nada virou ídolo acaba, por si só, destruindo a própria imagem, admiração e estima que conquistou tão astutamente. Isso não é raro, só comigo aconteceu mais do que eu acho que deveria. 
Enfim, pensar sobre isso me faz refletir sobre dois pontos:  
Primeiro:- a pessoa que te decepciona, ainda que saiba disso, mais de 99% das vezes segue vivendo plena e feliz, sem alterações significativas em sua vida, rotina, cotidiano, quanto menos sentimentos. Sofre você, que muitas vezes perde a paz, o sono, não raro muda de endereço, de comportamento, de emprego, adquire uma comorbidade comprometendo sua saúde, uma depressão/ansiedade, ou seja, sofre sequelas e consequências que vão fazer parte de você, ainda que em pequena escala, para sempre. Terrível, mas real. Nos cabe tomar o antídoto, que não é, apesar de parecer óbvio, deixar de se envolver. Mas blindar-se contra as espectativas. Não esperar NADA de ninguém. Difícil, mas necessário.
Segundo:- vendo esses seres desnutridos de luz viverem suas belas vidas de aparências, sobretudo nessa era maluca de redes sociais, comemorando cada centavo como se fosse milhão, cada passo como se fosse maratona, cada vírgula como texto, brindando uma vida fake que só você, ou você e bem poucos mais, sabem que é pura bolha de gás; me ponho a pensar: será que eles sabem que são a referência de tudo o que é ruim, degradante, nojento, mentiroso, desleal, cruel e desprezível? Será que dormem bem com a ciência de serem o ponto negro na paisagem de alguém? Será que algum dia sofreram ou sofrerão as consequências de terem sido agentes do mal destruidores como gafanhotos em folhas frescas nos sentimentos de algum inocente? Minha indecente humanidade espera que sim. Que não tenham sossêgo até que bebam o próprio veneno. Merecem viver toda essa mentira, porque no fim das contas, quando as luzes se apagam, quando a câmera desliga, quando o offline os assombra, são obrigados a conviver com o buraco negro de suas almas vazias, fúteis e solitárias. A isso podemos chamar de justiça? Não sei. Prefiro deixar sem título.


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